Direito Desportivo, Orientações Gerais

Dupla nacionalidade no futebol: qual a real importância?

novembro 23, 2020
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A dupla nacionalidade é um tema bastante comum quando se trata de direitos de atletas, sobretudo no futebol. De acordo com a Confederação Brasileira de Futebol, por exemplo, o país tem mais de 6 mil atletas no exterior.

Além disso, os números refletem também uma grande saída de jogadores todo ano. Isto é demonstrado também por dados da CBF, que estima que mais de mil saiam do Brasil por ano. Mas por que isto? Descubra ao longo deste post!

Por que ter dupla nacionalidade no futebol?

Bom, começo então discutindo a grande questão que motiva o post: por que ter dupla nacionalidade no futebol é importante? Afinal, se este é um assunto tão comentado entre os atletas, deve ter uma razão, certo?

De fato, realmente ter uma cidadania estrangeira é bom, dependendo dos objetivos que você tem para a sua carreira. Isto porque, de forma geral, possuir outra nacionalidade abre portas para atuar em outros países.

Para isso, é preciso que você pense no futebol como uma profissão mesmo, com todas as suas regulamentações. Aqui, a lógica é mais ou menos parecida de quando você procura emprego numa empresa.

Isto porque quando você procura um emprego numa empresa comum existem certas habilidades e requisitos que aumentam as suas chances de ser contratado, não é mesmo? Isto ocorre também no futebol, se você pensar bem.

Primeiramente, você deve ter as suas habilidades no jogo, por certo. Só que isso não é tudo, e existem diferenciais que aumentam as suas chances de conseguir jogar por uma equipe do exterior.

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Entre esses diferenciais, está o fato de ter dupla nacionalidade, principalmente se for do país daquele time. Então, as equipes valorizam isso. Continue lendo que você vai entender melhor o porquê!

Como funciona a inscrição de atletas

Por isso, para entender por que ter dupla nacionalidade é importante, vou explicar um pouco como funciona a inscrição de atletas nas federações. Isto muda um pouco de país para país, é claro, mas em geral existem regras similares.

Uma dessas similaridades é que basicamente em todas as ligas existe um limite de estrangeiro nas equipes. No Brasil, por exemplo, um time até pode inscrever quantos atletas quiser, mas só pode levar cinco deles para cada jogo.

Isto, por certo, acaba sendo um fator limitante, que faz os clubes de qualquer lugar focarem em quem é daquele país. Então, tendem a contratar menos estrangeiros, até pela impossibilidade de inscrever muitos.

Existe, ainda, um caso particular, que é o europeu. Isto porque, naquele continente, as regras são regidas pela chamada Lei Bosman, uma norma histórica no âmbito da União Europeia.

Esta lei determina que, entre os cidadãos de países da União Europeia, há livre circulação e, assim, não há restrições. Portanto, um alemão não conta como estrangeiro na Espanha; um italiano não conta como estrangeiro em Portugal, e assim por diante.

Isto significa, em suma, que se você tiver um passaporte de qualquer desses países, terá mais facilidade nos outros. E, assim, você tem um diferencial a mais com relação aos outros jogadores, o que o valoriza.

Quem pode ter dupla cidadania?

dupla nacionalidade

Dito isso, quem pode ter dupla nacionalidade, então? Se é benéfico assim, é natural que todos desejam ter, concorda?

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No entanto, infelizmente existem limitações, e você não pode simplesmente escolher uma cidadania e tirá-la. Então, existem normas bem específicas que determinam se você pode ter.

Para isso, cada país tem as suas próprias determinações. Em resumo, existem algumas possibilidades que facilitam a dupla cidadania no futebol:

  • Se você nasceu num território estrangeiro
  • Se é descendente de família estrangeira
  • Caso resida há muito tempo em território estrangeiro

Assim, existem exemplos que ajudam a compreender isto melhor. Por exemplo, o jovem atacante Gabriel Martinelli (foto), ex-Ituano e atualmente no Arsenal, da Inglaterra. Ele tem cidadania italiana, o que facilitou sua ida ao exterior. Este é um exemplo de cidadania por descendência.

Por outro lado, pense agora no caminho inverso. Recentemente, o meia D’Alessandro, do Internacional, virou cidadão brasileiro, em função de residir há tantos anos no país.

Isto ocorre da mesma forma também com brasileiros no exterior, beneficiando eles, embora varie de acordo com as leis de cada país.

Em resumo, então, ter dupla nacionalidade no futebol é benéfico porque é como um diferencial. Isto aumenta as suas chances de ser contratado e abre novas possibilidades – seja na Europa, na Ásia ou em qualquer lugar.

Nestas questões de dupla nacionalidade e tudo mais que envolve direito esportivo, podemos auxiliá-lo aqui na advocacia Maria Pessoa. Entre em contato conosco para conhecer os nossos serviços!

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