O futebol reserva muitas surpresas, dentro e fora de campo. Porém, infelizmente, nem sempre todas elas são boas. Alguns casos de morte de jogadores em campo, depois de levarem muitas alegrias para seus fãs, partiram precocemente e deixaram sua marca, além de uma saudade enorme.
Para evitar fatalidades relacionadas a doenças, a lei brasileira prevê meios de controle da saúde dos profissionais. Ainda, as normas do contrato firmado entre clube e atleta tentam, de alguma forma, amenizar a dor dos familiares após um falecimento inesperado.
Neste post, vamos relembrar 4 jogadores que se foram, além do trágico acidente aéreo que marcou de maneira triste a história do futebol brasileiro. Abordaremos, também, algumas questões jurídicas envolvidas.
Perdas irreparáveis
Nada se compara à dor de familiares e torcedores ao perder um jogador. O fato é ainda mais chocante quando a morte acontece dentro de campo, e isso infelizmente se repetiu algumas vezes no Brasil e no mundo. Relembre agora alguns acontecimentos.
1. Serginho — São Caetano
O caso mais recente do futebol brasileiro ocorreu em 27 de outubro de 2004, aos 14 minutos do segundo tempo do jogo entre Associação Desportiva São Caetano e São Paulo Futebol Clube. Serginho, zagueiro daquele time, caiu no gramado do estádio do Morumbi. O motivo: uma parada cardiorrespiratória.
A ambulância demorou um pouco a chegar para socorrer o atleta com então 30 anos. Enquanto isso, as equipes médicas tentavam reanimar Serginho. Apesar de ter voltado a respirar em alguns momentos e ter sido encaminhado para o hospital, o jogador não resistiu e faleceu às 22h45 daquela noite.
Muitas dúvidas pairaram sobre a morte de Serginho, já que o jogador teria sido diagnosticado no início daquele ano com uma arritmia (disfunção no coração) leve, mas não teria sido orientado a se afastar dos gramados. Ficaram, então, as lembranças do atleta, além de seu par de chuteiras, que hoje está exposto na sala de troféus do São Caetano.
2. Patrick Ekeng — Dínamo Bucareste
Em 6 de maio de 2016, durante um jogo do Campeonato Romeno entre Dínamo Bucareste e Vitorul Constata, Patrick Ekeng, jogador natural de Camarões, com apenas 26 anos, caiu ao chão. O cronômetro marcava 25 minutos do segundo tempo, e o jogador havia entrado em campo havia apenas 7 minutos.
As equipes médicas foram chamadas e encaminharam o atleta ao hospital mais próximo. No entanto, ele não resistiu. A necropsia apontou que Patrick sofria de sérios problemas cardíacos.
3. Antonio Puerta — Sevilla
Antonio Puerta, jogador do Sevilla, time espanhol, faleceu aos 22 anos, durante uma partida contra o AEK Athens, clube de Atenas, pela fase eliminatória da Liga dos Campeões, em 25 de agosto de 2007. O jogador começou a se sentir mal em campo e foi substituído. No vestiário, teve uma parada cardiorrespiratória.
Ele foi socorrido e reanimado por meio de massagem cardíaca no gramado, mas, na ambulância, a caminho do hospital, teve mais cinco paradas cardiorrespiratórias. Depois, Antonio chegou a ficar três dias internado, mas acabou falecendo em razão dos danos cerebrais sofridos. O último boletim médico antes da morte atestou que o atleta estava com dificuldades na oxigenação do órgão.
4. Marc-Vivien Foé — Seleção de Camarões
Marc-Vivien Foé, foi mais um caso de morte de jogadores em campo. Era jogador do Lyon, time francês, mas estava emprestado ao Manchester City, clube de futebol inglês, e foi convocado para disputar a Copa das Confederações de 2003 pela seleção de Camarões. Foi no dia 23 de junho de 2003, durante o jogo de semifinal contra a Colômbia, que o atleta de 28 anos desabou dentro do círculo central do campo.
A equipe médica fez os atendimentos a Marc-Vivien ao lado do gramado e o encaminhou para o hospital. No entanto, o profissional do futebol acabou falecendo 45 minutos depois do ocorrido. O laudo identificou que o atleta sofria de cardiomiopatia hipertrófica, uma condição hereditária cardíaca rara.
Apesar da trágica morte do jogador, a seleção camaronesa conseguiu se classificar para a final, porém, foi vencida pela França. Ainda assim, em um ato de solidariedade, Marcel Desailly, francês, e Rigobert Song, camaronês, levantaram o troféu juntos. Além disso, os atletas de Camarões participaram da premiação vestindo a camisa 17 com o nome de Foé bordado e levaram um cartaz com a foto do colega.
Viagem e sonhos interrompidos
Ao falar em perdas no futebol, não há como não se lembrar do trágico acidente aéreo ocorrido em Medellín, na Colômbia, envolvendo o time da Chapecoense, de Santa Catarina. Ali, não só uma viagem para a final da Copa Sul-Americana era interrompida, mas também a vida e os sonhos de jogadores, diretoria, equipe técnica, médicos, jornalistas e convidados que acompanhavam o time, além da tripulação.
Tudo aconteceu em 29 de novembro de 2016, quando a equipe catarinense, em ascensão no cenário futebolístico, estava a caminho de sua primeira disputa pelo título no campeonato continental contra o Atlético Nacional. Devido a uma pane seca, ou seja, por falta de combustível, o avião da empresa LaMia que transportava a delegação da Chapecoense se chocou contra uma montanha nos arredores do aeroporto do destino final e caiu.
Foram 71 vítimas fatais e 6 sobreviventes, entrando na lista dos mais chocantes casos de morte de jogadores, apesar de não ter ocorrido em campo. Entre estes, três são jogadores da Chapecoense: Alan Ruschel, Jackson Follmann e Neto. Uma comissária e um técnico de voo bolivianos, além do jornalista brasileiro Rafael Henzel, também tiveram uma segunda chance. Este último, contudo, sofreu um infarto em março deste ano e faleceu aos 45 anos.
O Atlético Nacional solicitou a entrega da taça da Copa Sul-Americana à Chapecoense, que foi declarada campeã do torneio. A equipe, que crescia vertiginosamente, teve que se reerguer após a tragédia que chocou o Brasil e o mundo. Apesar do acontecimento, ela venceu o Campeonato Catarinense de 2017.
Aspectos jurídicos
Como visto, embora em alguns casos listados tenham ocorrido exames médicos prévios, eles não foram suficientes para identificar doenças sérias a tempo. A avaliação de condição física deve ser periódica, tratando-se de determinação do art. 82-A, da Lei Pelé (Lei nº 9615/98).
Ainda, a CBF exige, de acordo com a lei, que entidades de prática desportiva contratem seguro de vida e de acidentes pessoais para os atletas profissionais. O objetivo é garantir segurança para situações de risco as quais eles estão sujeitos.
O valor de indenização pago ao jogador ou aos seus familiares indicados como beneficiários deve corresponder, no mínimo, a 12 vezes a remuneração mensal do atleta, conforme parágrafo 1º do art. 45 da mencionada lei. Ainda, enquanto a seguradora não fizer o pagamento, a própria entidade contratante do atleta é responsável por arcar com despesas médico-hospitalares e medicamentos necessários para o restabelecimento do profissional.
Sendo assim, embora proporcione alegrias, o futebol também tem seus momentos de tristeza. Entre eles, estão os casos de morte de jogadores em campo, a perda de grandes profissionais da bola. Em todos os casos, como visto, a comoção toma conta dos torcedores, independentemente do time do coração. Assim também foi com o caso do avião da Chapecoense, e o mais recente caso do filho do ex-lateral direito Cafu, Danilo Feliciano de Morais. Este último que faleceu devido a um infarto, enquanto jogava bola em casa.
Embora a lei brasileira determine procedimentos para a proteção da saúde dos jogadores de futebol, nem sempre ela é seguida, e as consequências são inestimáveis, principalmente para os familiares. Quanto a estes, há garantia de pagamento de indenização, mas nada substitui a ausência de quem brilhava, não só aos olhos da torcida, mas também da família.
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