Direito Desportivo

3 dificuldades dos portadores de necessidade especial no esporte

setembro 18, 2019
Necessidade especial no esporte: 3 dificuldades dos portadores
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As pessoas portadoras de necessidades especiais precisam enfrentar desafios diários, podendo se deparar com dificuldades quanto a locomoção, alimentação, higiene pessoal, se vestir, entre outras questões. Da mesma forma, as necessidades especiais no esporte exigem mais do atleta profissional.

Além do treino e da disciplina, ele tem que lidar com problemas como a falta de incentivo, principalmente no Brasil. Nesse sentido, o obstáculo natural de ter que lidar com algumas limitações acaba se tornando ainda maior, diante da negligência.

Para dar visibilidade ao tema, listamos 3 dificuldades que o atleta portador de necessidades especiais precisa enfrentar. Confira!

Obstáculos maiores do que a própria condição

Pelo simples fato de sempre ter que lidar com limitações no seu dia a dia, a pessoa com deficiência é uma grande batalhadora. No entanto, quem decide ir além e praticar um esporte precisa ultrapassar barreiras que, embora existam para outros atletas, alcançam proporções maiores. Conheça 3 delas.

1. Falta de patrocínio

É sabido que o esporte não é tão valorizado no Brasil. Isso fica ainda mais perceptível quando se analisa casos como o da China, dos Estados Unidos e da Rússia, por exemplo, países em que a prática esportiva é fortemente incentivada desde cedo.

A realidade brasileira quanto à negligência do Estado acaba se refletindo no âmbito privado. Embora alguns atletas recebam bolsa atleta, há necessidade de patrocínio de empresas para que se mantenham financeiramente e paguem os custos que a atividade exige.

No entanto, encontrar um patrocinador disposto a arcar com isso e incentivar uma pessoa portadora de necessidades especiais no esporte é uma tarefa árdua. A verdade é que, se o governo muito pouco faz pela formação desses esportistas profissionais, as pessoas jurídicas ainda menos.

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2. Preconceito social

As pessoas portadoras de necessidades especiais precisam estar sempre provando suas capacidades, dentro e fora das quadras. Isso porque o preconceito social que elas sofrem ainda é grande.

Sabe-se que tal situação se deve, em grande parte, à falta de informação. Por não buscarem ou não terem acesso a conhecimentos sobre determinadas condições, muitos indivíduos têm ideias equivocadas e procuram se afastar de quem tenha alguma deficiência. Uma maneira de fazer isso, inclusive, é não acompanhar as disputas protagonizadas pelos atletas especiais.

3. Pequena visibilidade dos esportes paraolímpicos no Brasil

O preconceito social que esses profissionais do esporte sofrem é potencializado pela pequena visibilidade dos esportes paraolímpicos no Brasil. Muitos deles, inclusive, se queixam de pouco espaço na mídia, o que impede que seus trabalhos sejam vistos e reconhecidos pela sociedade.

Nesse sentido, a escolha de emissoras de televisão em transmitir jogos e partidas envolvendo pessoas portadoras de necessidades especiais é mais do que entretenimento. Exibir a prática esportiva paraolímpica é também uma maneira de permitir que os atletas cresçam e, com isso, proporcionem mais conquistas para o Brasil.

Direitos nem sempre assegurados

A Lei Pelé determina, em seu art. 82-B, que é obrigatório o seguro de vida e de acidentes pessoais para profissionais do esporte, vinculado à atividade. Contudo, esse é outro obstáculo para as pessoas com necessidades especiais no esporte, considerando que nem sempre a norma é cumprida.

Tal situação é ainda mais grave quando se considera o cenário já desfavorável em que se encontram os esportistas com deficiência. E, mais, o desconhecimento por parte de profissionais, em relação a essa previsão legal, forma um escudo para entidades de prática desportiva e de administração do desporto nacionais.

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Sendo assim, é evidente que a vida de indivíduos com limitações físicas ou motoras não é das mais fáceis, e isso também vale para a necessidade especial no esporte. As dificuldades enfrentadas pelos atletas em geral no Brasil são potencializadas nessa condição. Eles precisam lidar com falta de patrocínio, preconceito social e reduzida visibilidade.

Porém, esses são problemas que podem e devem ser enfrentados, por meio de um trabalho conjunto entre agentes políticos, privados e mídia, no sentido de buscar maiores investimentos e a valorização desses atletas. Trata-se de determinação legal do art. 7º, inciso VIII, da Lei Pelé, e não se pode esquecer que o esporte é capaz de devolver a eles a autoestima perdida, bem como de proporcionar qualidade de vida!

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