Os clubes brasileiros das Séries A e B estão discutindo a criação de uma nova liga brasileira de futebol, a Libra. Esta nova liga viria com uma reformulação com relação ao que temos hoje em dia. Além disso, a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) também perderia um certo espaço.
No entanto, nem tudo é tão simples assim. Ainda restam alguns pontos importantes em aberto, sobre os quais os clubes ainda não conseguiram chegar a um consenso. Então, quais são esses pontos? E como anda o processo de criação da nova liga brasileira de futebol?
Como está a criação da nova liga brasileira de futebol (Libra)?
Primeiramente, saiba que o debate sobre uma nova liga de clubes já vem de algum tempo. Ademais, como falamos antes, a organização dessa nova proposta vem diretamente dos clubes, e não da CBF.
Dessa forma, há um importante consenso entre as principais equipes do futebol nacional: é preciso mudar e, para isso, eles devem tomar as rédeas. Porém, o que não se consegue definir são as condições dessa reformulação.
Hoje em dia, já houve a assinatura de um memorando de intenções com um projeto em andamento, buscando investidores e patrocínio. Enquanto isso, os dirigentes seguem discutindo os melhores formatos possíveis. Assim, realizam reuniões sobre a Libra e buscam definições.
Qual a divergência entre os clubes?
A última reunião envolvendo os clubes foi no dia 6 de maio. Foi nesta reunião, por exemplo, que o termo Libra começou a ficar mais conhecido, dando mais identidade ao novo torneio.
Ainda assim, as divergências existem, em especial com relação à divisão dos recursos. Atualmente, há uma grande disparidade financeira nesta distribuição, e a diferença pode chegar a um clube recebendo até 7 vezes mais do que outro.
Inicialmente, alguns clubes, formados por Corinthians, São Paulo, Santos, Palmeiras, Red Bull Bragantino, Ponte Preta e Cruzeiro têm uma posição, enquanto a maioria diverge. Estes sete clubes entendem que manter a parte igualitária das receitas em 40%, com 30% por premiação, 30% por engajamento e 15% para a Série B é o ideal.
Por outro lado, a maioria discorda. Assim, entendem que é necessário ter uma divisão mais igualitária. Os valores seriam 50% distribuídos iguais, 25% para premiação, 25% engajamento e 20% para a Série B. O Internacional chegou a publicar uma nota oficial representando esta visão.
Veja um trecho que representa bem a nota, que foi compartilhada por diversos outros clubes:
Os termos aceitos em São Paulo por outros 6 clubes perpetuam o abismo que existe hoje, ao manterem a parte igualitária das receitas em 40%, enquanto nos campeonatos mais bem sucedidos este percentual pode chegar a 68% somando todos os direitos domésticos, internacionais e de marketing, caso da Premier League, por exemplo.
Não é aceitável que haja clubes ganhando 6 vezes mais do que outros, enquanto nas melhores Ligas do mundo essa diferença não ultrapassa 3,5 vezes.
Entenda os próximos passos
Os próximos passos para a criação da Libra ainda são incertos. Novas reuniões estão agendadas, previstas ainda para o mês de maio. Até o momento, 23 clubes das Séries A e B não assinaram a Libra, enquanto 8 já assinaram.
Um novo grupo, formado por esses 23 clubes, lançou uma nova nota oficial, levantando questões similares às anteriores. Dessa forma, mencionam, por exemplo, sua discordância com relação a alguns fatores, reafirmando a preocupação na distribuição de recursos:
Algumas premissas devem ser observadas, tendo como referência que: (i) a Premier League divide igualmente 68% da receita, somando todos os direitos domésticos, internacionais e de marketing; (ii) as Ligas Alemã, Espanhola, Francesa e Italiana distribuem 50% da receita de forma igualitária; e (iii) a diferença de receita entre o primeiro e último clubes respeitam os seguintes limites: Inglaterra (1.6x), Itália (2.1x), Alemanha (3.2x) e Espanha (3.5x).
No entanto, nem todo mundo está com a Libra ou com estes 23 clubes. Entre os que não assinaram este último documento nem aderiram à nova liga, estão Inter, Grêmio, Botafogo, Vasco, Bahia e Atlético MG.
E você, o que acha destas propostas? Comente!
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