Direito Desportivo, Orientações Gerais

10 Direitos do jogador de futebol garantidos por lei que muitos ignoram

fevereiro 11, 2025
jogador de futebol
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O futebol é um dos esportes mais populares do mundo e uma verdadeira paixão nacional no Brasil. Porém, muitos jogadores, especialmente os que estão iniciando suas carreiras ou atuam em categorias de base, não têm pleno conhecimento dos direitos garantidos por lei. 

Isso pode levar a abusos, exploração e situações de vulnerabilidade que poderiam ser evitadas com mais conhecimento e consciência. Pensando nisso, vamos abordar dez direitos fundamentais dos jogadores de futebol que muitos ignoram, mas que são assegurados por legislação e devem ser respeitados por clubes e dirigentes.

Direito ao contrato formal

O primeiro direito essencial é o direito ao contrato formal. No Brasil, a Lei Pelé (Lei nº 9.615/1998) estabelece que todo jogador profissional deve ter um contrato de trabalho assinado com o clube, registrado na Confederação Brasileira de Futebol (CBF). 

Esse contrato deve conter informações claras sobre a duração do vínculo, salário, benefícios e demais condições de trabalho. Muitos jogadores, principalmente os que estão começando a carreira, acabam aceitando acordos informais e ficam desprotegidos juridicamente, correndo o risco de não receberem seus pagamentos e não terem seus direitos trabalhistas respeitados.

Direito ao salário em dia

Outro ponto fundamental é o direito ao salário em dia. Assim como qualquer trabalhador, o jogador de futebol tem o direito de receber seu pagamento dentro do prazo estabelecido no contrato. 

Se o clube atrasar os salários por mais de três meses consecutivos, o atleta pode pedir a rescisão contratual por justa causa e ficar livre para assinar com outro clube. 

Esse direito é garantido pela legislação trabalhista e tem sido cada vez mais usado por jogadores que enfrentam problemas financeiros devido à má gestão dos clubes.

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Direito ao Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS)

O terceiro direito que muitos jogadores desconhecem é o direito ao Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS). O clube empregador é obrigado a depositar mensalmente o valor correspondente a 8% do salário do atleta em uma conta vinculada ao FGTS. Esse fundo pode ser utilizado pelo jogador em situações como demissão sem justa causa, aposentadoria ou doença grave. Infelizmente, há casos de clubes que não cumprem essa obrigação, prejudicando os atletas no futuro.

Direito à seguridade social e assistência médica

Um direito frequentemente ignorado é o direito à seguridade social e assistência médica. O jogador de futebol, por exercer uma profissão de alto risco, deve ter acesso a um plano de saúde ou atendimento médico adequado fornecido pelo clube. 

O clube deve garantir suporte médico em caso de lesão e custear os tratamentos necessários para a recuperação do atleta. Porém, há casos em que clubes negligenciam esse suporte, deixando o jogador desamparado e, muitas vezes, comprometendo sua carreira.

Direito ao descanso e à jornada de trabalho adequada

O quinto direito fundamental é o direito ao descanso e à jornada de trabalho adequada. Embora a rotina de treinos e jogos seja intensa, a Lei Pelé estabelece que o jogador não pode ser submetido a cargas excessivas de trabalho. 

O tempo máximo de treinamento diário deve ser respeitado, assim como os dias de descanso entre partidas. O atleta tem direito a férias remuneradas ao final de cada temporada, garantindo seu período de recuperação física e mental.

Direito à transferência livre em caso de término de contrato

Outro direito que poucos conhecem é o direito à transferência livre em caso de término de contrato. Antigamente, os clubes detinham um controle excessivo sobre os jogadores, dificultando suas transferências mesmo após o fim do contrato. 

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Porém, a FIFA e a legislação brasileira garantem que, ao fim do vínculo contratual, o atleta pode negociar livremente com qualquer outro clube, sem necessidade de pagamento de taxas de transferência ou indenização.

Direito à educação e qualificação profissional

Um direito essencial, mas frequentemente negligenciado, é o direito à educação e qualificação profissional. Muitos jovens ingressam no futebol desde cedo e acabam deixando os estudos em segundo plano. 

A Lei Pelé exige que clubes que mantêm categorias de base ofereçam suporte educacional aos seus atletas. Os programas de qualificação para a vida pós-carreira são fundamentais para garantir que os jogadores tenham outras opções de trabalho quando se aposentarem dos gramados.

Direito ao direito de imagem e propriedade intelectual

O oitavo direito garantido por lei é o direito ao direito de imagem e propriedade intelectual. Muitos clubes utilizam a imagem dos jogadores para fins publicitários e comerciais, mas o atleta tem o direito de ser remunerado por isso. 

O direito de imagem deve ser negociado separadamente do contrato de trabalho, garantindo ao jogador um rendimento adicional. Infelizmente, alguns clubes usam esse recurso para mascarar o pagamento de salários, o que pode gerar problemas trabalhistas no futuro.

Direito à defesa contra abuso e exploração

Outro direito pouco comentado é o direito à defesa contra abuso e exploração. Infelizmente, muitos jogadores, principalmente os mais jovens, sofrem pressões excessivas, assédio moral e até mesmo abusos físicos ou psicológicos. 

A legislação protege os atletas contra essas situações, garantindo que eles possam denunciar abusos sem sofrer retaliações. O Sindicato dos Atletas Profissionais e outras entidades estão disponíveis para oferecer suporte e orientação jurídica nesses casos.

Direito à previdência e aposentadoria

Por fim, um direito essencial que muitos jogadores desconhecem é o direito à previdência e aposentadoria. Assim como qualquer trabalhador, o atleta tem direito a contribuir para o INSS e garantir sua aposentadoria no futuro. 

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A profissão de jogador de futebol é de curta duração, e planejar a vida financeira é fundamental para evitar dificuldades depois de encerrar a carreira. Muitos jogadores não se preocupam com isso enquanto estão em atividade, mas é um direito que deve ser levado a sério desde o início da carreira.

 

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